Para Samulski (2002), o objetivo do treinamento psicológico é desenvolver e melhorar as habilidades e competências psicológicas (cognitiva, motivacional, emocional e social) de atletas, técnicos e equipes, por meio da aplicação de técnicas e programas de treinamento psicológico, tendo como principais objetivos: desenvolver e melhorar as capacidades cognitivas, emocionais, motivacionais e sociais de atletas e técnicos; estabilizar o comportamento emocional durante a competição (autocontrole emocional); acelerar e otimizar o processo de reabilitação e recuperação e melhorar os processos de comunicação (liderança e comunicação).
Para Buceta (2003), o objetivo da preparação psicológica dos atletas inclui a aplicação rigorosa de estratégias apropriadas, a fim de alcançar um determinado estado psíquico que contribuaefetivamente para o rendimento.
Tal preparação supõe a manipulação de variáveis psicológicas como a motivação, a autoconfiança, a atenção, entre outros, com o objetivo de conseguir o rendimento esportivo e pessoal mais apropriado para cada momento (treinamentos, competições, períodos de descanso, etc.). Para este mesmo autor, existem três grandes áreas de trabalho psicológico no esporte de competição:
- – Área de treinamento: no qual o objetivo principal é contribuir e ensaiar as possibilidades de rendimento dos atletas, ajudando a incrementar e acertar os diversos recursos;
- – Área de competição: em que se trata de colaborar para que os atletas coloquem em prática as habilidades que dominam sobre as condições estressantes da competição;
- – Área de apoio ao treinamento e competição: que inclue ações que possam contribuir para otimizar o rendimento, tanto no treinamento como na competição, principalmente, por meio da comunicação interpessoal, o funcionamento do grupo, a prevenção e reabilitação de lesões e o ajuste do equilíbrio psicológico.
Ainda para Buceta (2003), ao contrário do que pensam algumas pessoas, o trabalho psicológico não é algo que serve, unicamente, para os atletas com problemas emocionais ou alterações psicológicas de qualquer tipo, mas, se constitui como um ramo da preparação global do atleta, igual à preparação física, ao treinamento técnico e tático.
Parece claro que o rendimento do atleta deve ser, em geral, o principal objetivo do trabalho psicológico no contexto do esporte de competição, porém, deve-se considerar o atleta um ser humano, ajudando-o a aproveitar a experiência esportiva em um sentido mais amplo que o rendimento, enfrentando, de maneira saudável, os riscos e problemas psicológicos que podem originar-se das exigências do esporte de competição, além de, ajudar a promover uma pessoa equilibrada, satisfeita e feliz, sem que se desvie a atenção do objetivo principal do atleta de competição: o alto rendimento.