Talento Nato? Os especialistas no boxe confiavam nas medidas do físico, a que chamavam “a voz da fita métrica”, a fim de identificar o talento nato. Mediam o punho, a envergadura, a expansão do tórax e o peso dos lutadores. Muhammad Ali não preenchia as medidas consideradas ideais. Não era um talento nato. Tinha grande velocidade, mas não possuía físico nem a força e os movimentos clássicos de um grande lutador. Na verdade, lutava boxe de forma completamente errada. Não bloqueava os socos do adversário com os braços e os cotovelos. Batia como um amador. Mantinha o queixo exposto.
Sonny Liston, adversário de Ali, possuía realmente um talento. Tinha tudo: tamanho, força e experiência. Sua potência era lendária. Era inimaginável que Ali pudesse vencer Sonny Liston. O combate era tão ridículo que na hora da luta a ocupação na arena estava pela metade.
Mas, além da agilidade, o brilho de Ali estava na mente. Estava em seu cérebro, e não em sua força muscular. Não apenas estudou o estilo de luta de Liston, mas também observou cuidadosamente que tipo de pessoa ele era fora do ringue: “Li todas as entrevistas dele que pude. Conversei com pessoas que tinham estado com ele ou com quem ele tinha conversado. Ficava deitado na cama ligando todos aqueles fios, tentando compreender com funcionava a mente dele”. Em seguida uso isso contra ele.
Por que Muhammad Ali parecia “ficar doido” antes de cada luta? Porque, segundo Torres, ele sabia que um soco que provoca o nocaute é um soco que não se vê de onde vem. Ali disse: “Liston precisava acreditar que eu era louco. Que eu era capaz de fazer qualquer coisa. Ele só via minha boca falando, e eu queria que ele não visse nada mais!” E funcionou mesmo!
Reflexão sobre talento nato:
Que tipo de estratégia você utiliza para usar a seu favor?
O que você é capaz de fazer para alcançar sua meta?
Você tem talento nato?
Fonte:
Dweck, Carol S. Mindset: a nova psicologia do sucesso; tradução S. Duarte. – 1¤ ed. – São Paulo: Objetiva, 2017.p.93.
Felix Dennis e Don Atyei, Muhammad Ali: The Glory Years. Nova York: Hyperion, 2003.