Respiração e desempenho – Reserve um segundo agora para se concentrar em sua respiração; inspire rapidamente, depois solte o ar devagar. Mais uma vez: inspire por dois segundos, depois expire por uns cinco segundos. Notou alguma coisa?
A expiração lenta ativa seu sistema nervoso parassimpático, reduz sua pressão arterial e aumenta sua VFC.
Centenas de estudos mediram os efeitos da respiração focada no relaxamento: os resultados psicológicos incluem ansiedade e depressão reduzidas, bem como aumento do otimismo, do controle emocional e do controle da dor; os resultados comportamentais incluem redução da agressividade e de comportamentos impulsivos, bem como maior controle dos vícios e melhor desempenho no trabalho e nos estudos.
Esse é um dos motivos pelos quais a ioga pode mudar o modo como você se sente – ela o induz a respirar naturalmente de forma lenta e ritmada, de maneira semelhante a práticas como cânticos, tai chi, qigonge meditação. Mas você não precisa fazer nada disso.
Os benefícios do controle da respiração podem ser alcançados praticamente em qualquer lugar, a qualquer momento. Com umas poucas respirações profundas e lentas, você muda seu corpo e sua mente.
Considerando que se trata de algo que todos fazemos inúmeras vezes ao dia, sem qualquer esforço consciente, respirar é fantástico – numa dimensão que estamos começando a entender.
O neurocientista Pierre Philippot e seus colegas realizaram um experimento engenhoso no qual pediram a um grupo de voluntários que alterassem sua respiração para que sentissem emoções como alegria, raiva e medo (uma emoção de cada vez) e depois relatassem exatamente de que maneira alcançaram as emoções.” Isso soa um tanto estranho, certo? Como você cria uma emoção mudando sua forma de respirar?
Os participantes foram orientados a não se preocuparem com isso e simplesmente tentar. Quando terminaram, pediu-se que descrevessem seus métodos de respiração a um segundo grupo de voluntários, sem mencionar nada sobre como a respiração evocaria reações emocionais. Ao segundo grupo, pediu-se então que respirasse conforme instruído; depois se indagou quais emoções estavam sentindo.
Você consegue adivinhar o resultado?
Quando o segundo grupo automaticamente seguiu as instruções da respiração da “alegria”, sentiu alegria. Isso também funcionou para a raiva e o medo.
Assim, apenas respirando mais depressa ou mais devagar, mais profundamente ou mais nasalmente, ou com tremores ou suspiros, as pessoas conseguiam alterar suas emoções e seu estado mental.
Fonte:
Cuddy, Amy. O poder da presença. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. Pág. 163 e 164.