O atleta como produto – O atleta, quando profissionalizado, tende a ser produto de quem o contrata, ou seja, existem muitas regras que ele precisa cumprir e principalmente atender as expectativas do contratante, dos torcedores, da mídia e as próprias.
Diante disso, no esporte moderno, o controle que a FIFA exerce sobre o futebol profissional, a mercantilização e a circulação dos jogadores brasileiros em busca dos mercados futebolísticos no exterior, em vários casos, o jogador nem mesmo faz parte dessas negociações ficando dependente da decisão dos clubes que o negociam, sem mesmo compreender se ele está apto psicologicamente para viver essa mudança drástica, o choque cultural, a língua e a adaptação (CAMILO, 2019).
Como exemplo, entre as teses incluídas na pesquisa, destaca-se a produção de Magnani (2018) com o título de Migração atlética de jogadores de futebol profissional Brasileiro para o exterior: o processo de adaptação cultural, sobre a problemática da exportação de atletas e a não preocupação com o processo de aculturação por eles vivenciada, devido a complexidade da situação do atleta migrante poder se sentir emocionalmente desconfortável, mentalmente exausto e fisiologicamente estressado, apresentar problemas físicos, distúrbios de apetite e do sono, ficar ansioso, deprimido, triste e esses quadros podem trazer consequências, como uma menor efetividade em sua vida pessoal e profissional.
Além das dificuldades de aculturação e encontrar seu lugar no time, quando contratados, essa pressão por desempenho acompanha os atletas em treinamentos, competições e, inclusive, em momentos de folga, pois eles precisam de disciplina comportamental por meio de repouso e dieta, por exemplo. Então, a tentativa e o trabalho para alcançar e manter um nível ideal de desempenho esportivo é muito complexo e deve ser trabalhado com o atleta para reconhecer suas dificuldades, para desenvolver recursos e superá-las (FONTES; BRANDÃO, 2013).
Artigo utilizado:
Ritti, Laura de Almeida; Motta, Bruno Feital Barbosa. O psicológico dos atletas de futebol profissional: a relevância do psicólogo do esporte para a alta performance. CADERNOS DE PSICOLOGIA, Juiz de Fora, v. 4, n. 8, p.656-676, jul./dez. 2022 – ISSN 2674-9483. Disponível em: http://seer.uniacademia.edu.br/index.php/cadernospsicologia/article/view/3432/2426# . Acesso em 20 Abril 2023.
Fontes:
CAMILO, J. A. Diálogos entre a psicologia do trabalho e o esporte de rendimento. Olimpianos-Journal of Olympic Studies, v. 3, p. 1-14, 2019. Disponível em: https://www.olimpianos.com.br/journal/index.php/Olimpianos/article/view/80/55. Acesso em: 12 ago. 2022.
FONTES, R. C. C.; BRANDÃO, Maria Regina Ferreira. A resiliência no âmbito esportivo: uma perspectiva bioecológica do desenvolvimento humano. Motriz: Revista de Educação Física, v. 19, p. 151-159, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/motriz/a/Rb5rd3DJsMyXzdKJrvLvP8m/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 set. 2022.
MAGNANI, A. Migração atlética de jogadores de futebol profissional brasileiro para o exterior: o processo de adaptação cultural. 2018. Tese (Doutorado em Educação Física) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo. 2018.