O valor do fracasso – Psicologia do Esporte – Linhares Coach
O valor do fracasso – Nos anos 1990, pesquisadores conduziram um estudo revelador sobre patinação artística. Eles descobriram que a maior diferença entre os patinadores de elite e suas contrapartes que não o são, não diz respeito à genética, à personalidade ou ao histórico familiar. Porém, é encontrada no tipo de prática. Os patinadores de elite tentam com regularidade ir além de suas capacidades atuais, os que não fazem parte da elite não vão.
Observe que os patinadores de elite não apenas se submetem a saltos mais difíceis – afinal, é isso o que você esperaria de patinadores melhores? Não, o ponto é que os patinadores de elite tentam saltos que sejam mais difíceis mesmo quando medidos com relação às suas habilidades superiores.
A conclusão é tão contraintuitiva quanto reveladora: os patinadores top caem com mais frequência durante seus treinamentos.
A prática propositiva tem a ver com esforçar-se pelo que está fora de alcance e não tanto em fazer; tem a ver com lidar com as tarefas além das atuais limitações e cair repetidamente. A excelência estabelece relação com ficar fora da zona de conforto, treinando com um espírito empreendedor e aceitando a inevitabilidade das tentativas e das tribulações. O progresso é construído, na verdade, com as fundações do fracasso necessário. Este é o paradoxo essencial do desempenho especializado.
O autor Geoff Colvin estimou que Shizuka Arakawa, do Japão, um dos melhores patinadores de todos os tempos, caiu mais de 20 mil vezes em seu progresso dos cinco anos de idade até ser campeão olímpico em 2006. “A história de Arakawa não é valiosa como metáfora”, Colvin escreveu. “Do cair de bunda 20 mil vezes é de onde vêm os melhores patinadores.”.
Fonte:
Salto para o sucesso: Mozart, Federer, Picasso, Beckham, e a ciência do sucesso / Matthew Syed ; prefaciado por Wolfgang Puck; – Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2012. pág 85
